Seus olhos procuraram o objeto que a tangia. Carne morena e tenra. O cheiro de cerveja lhe deixava segura de que o abraço tinha a sinceridade dos ébrios e não mais um gesto dissimulado de quem finge que não era apenas aquilo. Era só isso.
Love can be like bondage.
E ela decorava as tatuagens para ter um número mínimo de informações, a título de arquivo.
Depois contaria os azuis das costas pelo mesmo motivo.
Depois, no que secou do café, na xícara deixada pelo chão, não leria nada mais do que os tons do leite ao marrom.
Deixaria os cabelos secando com o calor do quarto, respiraria o resto de cigarro que não escapou pela janela
e pensaria na louça suja sobre a pia, no gás que vence amanhã, no cansaço.
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