D me diz que os deuses existem. estranho, diz S, ainda se acredita hoje em dia. S lamenta: ora, ora, será que ainda não aprenderam?
nos meus tempos de eucaristia, um frei me disse que tudo bem que eu não cresse, mas: ó, é aqui que mora a comunidade.
então era isso. deus é pra me sentir parte de um todo. e, claro, para nos deixar constrangidos quando ameaçamos essa bela harmonia de respeito ao próximo e caridade.
mortos os deuses, só o álcool imporá no dia seguinte sobre mim a culpa de abraçar epicuro. o inferno é o roer do meu fígado que, gradualmente, desaparecerá, esmigalhado e dissolvido em tudo que expelirei nos próximos anos. e as compras parceladas, que me fazem pensar no futuro, já desempenham o papel de me conectarem com o mundo. os juros sobre os juros são infinitos rosários e minhas penitências se renovam a cada dia 10.
se eu quisesse crer, optaria por aqueles que batucam, porque falam a língua dos homens, dos anjos e do corpo.
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