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sábado, 12 de abril de 2008

Caderninho de viagem 2

28/03/2008

Como retomei meu computador, tento não fazê-lo ferver muito. É meio-dia, mas na minha cabeça já é noite. Tenho fome e preciso de um banho. Onde paramos ? nas flores?Falei da Flórida que desenha uma espécie de língua amarela sobre o mar invisível ? De Cuba à nossa esquerda ? É a primeira imagem da cidade : uma tela de luzes que se estende a perder de vista, iluminada pela foice da lua.Aqui, tudo é cheio de cor. A Alba no aeroporto, a viagem de táxi (é preciso pegar um regular : o nosso tinha um monte de imagens da virgem coladas, as palmeiras, os hibisco em flor e outras árvores violetas, que não conheço).Com o alfabeto bizarro do computador de D, tentava explicar o que me impressionou. Então, as tonalidades do laranja e vermelho, o violeta. O cara do hostil que sabe italiano (e usa as calças até o peito), o café, bom e doce, com um açúcar que se dissolve em um instante, bolos chamados "loas de noz", lua de nozes... cujo nome diz tudo. Penso na Urca, sem mar. Eis Coyoacan. A língua é doce como os idiomas sul americanos, como se o sol tivesse dissolvido a dureza do castelhano e os acentos do português nas velhas colônias. Eu me encontro em uma primavera pacífica, salvo as loucuras do meu computador, me alegro de poder contar tudo isso.Pois esse será também o meu diário de viagem, uma maneira de fazer vocês visitarem também o país. E vivê-lo como dizia Baudolino, escrever é uma espécie de viver de verdade. Vou desligar, agora, medo de que seja quente demais.Confusão e preocupação de que meu computador não acorde jamais. Ai, viver offline, é duro. Agora o computador vai dormir, é melhor!

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