Manoel de Barros já disse que poesia é entortar palavras.
Arte pra mim é o que entorta seu objeto até o objeto virar encantamento de gente. Qualquer coisa que entorte os olhos, os ouvidos, o paladar.
Essa madrugada, assistindo à Orquestra Republicana (velha conhecida dos freqüentadores do clube dos Democráticos; eles se apresentavam no www.circovoador.com.br), pensava como era incrível que esses músicos, com um repertório bem cuidado, mas muitas vezes de velhos e conhecidos sambas, conseguem dar ainda novas leituras a esses. Eles conseguiram um belo combinado de apuro técnico a uma grande paixão pela música popular brasileira.
Eles reuniram ainda sobre o palco as belas vozes de Nilze Carvalho e Pedro Miranda - vozes que já dão samba na primeira nota. E, ainda, o violonista "franco-brasileiro" Nicolas Krassic.
Música é assim: insaisissable, fugidia. Seria ingênuo tentar dizer o que aconteceu, mas acredito que uma transformação acontecia enquanto eles se reuniam.
MG para MC, antes do show : Esse cara deve ter vindo de Culdumondepolis na França e só aqui veio fazer sucesso.
MC para MG, depois do show : Esse cara deve ter vindo dos arredores de Hamlin. Só pode.
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