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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"O grande personagem do 'BBB'"

BIA ABRAMO

O grande personagem do "BBB"

Mestre-de-cerimônias e animador de todas as galeras, Pedro Bial é a estrela do programa

JÁ É uma tradição de verão, desse período pré-carnavalesco.
Estão lá aqueles moços e moças, numa casa fechada, fingindo que estão fingindo que não estão fingindo. Ou ao contrário. Tanto faz. Câmeras registram tudo, a rotina artificial, as relações perigosas, o besteirol do ócio. Claro, é do "Big Brother Brasil" que se está falando.
O nono. Mais um. E, de novo, Pedro Bial de mestre-de-cerimônias, apresentador e animador de todas as galeras -dos participantes, do público aqui de fora, dos figurantes que enchem o palco nas eliminações.
Ao longo dessa trajetória de nove edições, o grande personagem, talvez o melhor de todos os que já passaram, é mesmo Pedro Bial. O Bial, como é chamado pelos confinados.
Não há factóide que supere o poder de atração de MC Bial. Não há curvas nem silicone que se compare a seu charme. Não há estrategista malhado que seja mais esperto e que tenha mais presença de espírito. Não há festa, indicação ao paredão ou dia de eliminação que sejam mais capazes de oferecer mais espetáculo.
Ano passado, ao falar de "Filmefobia", Jean-Claude Bernardet classificou o "Big Brother" como "fato estético da maior importância" e arrolou o programa de TV ao lado dos filmes "Santiago", "Jogo de Cena" e o dirigido por Kiko Goifman, no qual o crítico trabalha como ator. Disse Jean-Claude à época: "Estamos todos trabalhando dentro da mesma esfera. E tem tudo a ver com o "Big Brother". Somos contemporâneos. É a espetacularização da pessoa".
Bernardet chama esses filmes, numa fronteira difusa entre o documental e o ficcional, como "objetos fílmicos não-identificados", que exploram o que ele chama de "autoficção", a diluição da separação entre sujeito, personagem e pessoa.
Se a interpretação de Bernardet está certa, Pedro Bial é quase como o paroxismo desse processo de autoficção, uma vez que a essa tríade, sujeito-personagem-pessoa, ele adiciona a do narrador, autor da narrativa "Big Brother". Mais do que as entidades abstratas (o produtor, o diretor, a edição), uma vez que, além de narrador, também ele está espetacularizado como personagem.
É ele quem baliza, pesa e avalia as diversas autoficções que se desenrolam no programa no momento máximo do discurso sobre a eliminação, quem dá o tom e o ritmo dos acontecimentos e quem regula o clima emocional da casa. E, ainda por cima, escreve a própria história como personagem.
Se um dia Bial sair do "BBB", vai ser difícil achar alguém com tamanha disposição.

biabramo.tv@uol.com.br

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Aproveitando o meu último mês de assinatura da Folha para passar à frente bons textos. Pena não ler mais a Bia Abramo - bem, não vou me abster de comprar na banca vez, garante-se até o emprego do jornaleiro - mas é engraçado que o cúmulo da minha falta de paciência coincidiu com a escandalosa ditabranda...
Não apenas essa tendência à direita me assustava, outro motivo de irritação constante era o simples folhear da sua "Serafina". Mais do que uma revista snob, uma revista de texto fraco, parecendo uma cópia malfeita, mal-escrita, rasa do escrachado e autêntico - sem disfarces - tdud?
Serafina parece compactuar textualmente com o hiltonwayoflife. Nem o Perez, a Paris mesmo. Que, sinceramente, é bem pior.

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A quem interessar possa.
Passadas as férias, o carnaval e meus 25 anos, ainda há encomendas de textos e tentativas de retorno aos estudos. Enquanto não retorno a esse caderninho aqui ou os rascunhos em papel, continuo lançando frases soltas por aqui: @kamiquase
Não que me satisfaça...


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