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sábado, 11 de julho de 2009

Cyrano

Há pouco tempo, caiu em minhas mãos um Cyrano de Bergerac que eu ignorava. Peguei o livro achando que era peça de Ronstand, com Roxanne e tudo. Mas era uma edição de 1962 reunindo duas obras do proverbial narigudo: Histoire comique des État et Empire de la Lune et du Soleil. No prefácio, tentam explicar: o cavaleiro de coração ardente - personagem do teatro inspirada no verdadeiro Cyrano - teria embaçado a verdadeira história de Savinien Cyrano de Bergerac, poeta e pensador livre, que escreveu nesses livros histórias de invenções e cientificismo, lá pelos idos do século XVII, bem antes do que chamamos de ficção científica.

Bergerac's most prominent works are his duo of proto-science fiction novels, The Other World: The Comical History of the States and Empires of the Moon (1657) and "The Comical History of the States and the Empires of the Sun" (unfinished at his death) which describe fictional journeys to the Moon and Sun. The methods of space travel he described are inventive, often ingenious, and sometimes rooted in science. They reflect the materialist philosophy of which Bergerac was a devotee. Bergerac's primary purpose in writing those early science fiction novels was to criticize subtly the anthropocentric view of man's place in creation, as well as the social injustices of the 17th century. The Other World was subjected to censorship.

Além disso, o cuidadoso editor tomou emprestadas belas gravuras de obras científicas da época, como algumas do jesuíta Athanasius Kircher, do bispo Fausto Veranzio, do conselheiro protestante Johannes Hevelius. Cada uma é acompanhada de um trecho do livro. E são elas que estão aqui, arrumadinhas e com as devidas legendas.

A proposta é: criar uma página com as gravuras, quantas e na ordem que quiser. O tema é livre. Mesmo que sejam imagens científicas, estão passíveis de sofrer qualquer alteração contextual e/ou física em nome de uma boa história (ou texto, como diz o Carlos Ferreira, da Picabu: afinal, as imagens também constituem uma narrativa).
A proposta é, inicialmente, para quadrinistas. O que não impede contistas, poetas, de usarem essas imagens. Cataloguei-as, só, para domínio público. Usem e abusem.





Os pensamentos profundos que se encontram na escrita dos poetas poderiam nos impressionar ainda mais que a dos filósofos. A razão é que os poetas escrevem pelas vias do entusiasmo e pela força da imaginação: há em nós sementes de ciência; como as pedras, que enquanto os filósofos as jogam ao acaso pelas vias da razão, os poetas, pelas vias da imaginação, fazen rebentar e brilhar melhor. (René Descartes - citação que epigrafa o livro)

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