work in progress

Creative Commons License

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

domingo, 22 de novembro de 2009

Beleléu

Um pequeninho príncipe suicida na contracapa violeta. O lilás e o violeta - minhas cores favoritas - pegam pesado comigo, essa fã declarada desses quatro quadrinistas.

Beleléu corre, cursivo, sobre os quatro, animalizados logo de frente, capa à tapa.

O livro, em formato de quadrinho, reúne elegantemente Lafayette, Arruda, Elcerdo e Stêvz mais os quatro convidados Daniloz, Kioskerman, Berliac, Gomez.

São muitos os elementos que fazem de Beleléu uma obra superior em matéria de quadrinhos. É uma revista-livro. Cada página sobreviveria emoldurada, ao mesmo tempo em que seu conjunto é incrivelmente homogêneo. Homogêneo, pois apesar dos traços distintos, distintivos de cada autor, não há ali nada que destoe do cuidado múltiplo de desenho, cor, estrutura, texto. Não há nada de graça, em Beleléu.

Toda a estrutura da revista parece pensada. Ligo-os, com frequência, aos franceses do oubapo. A ideia coletiva encontra parceiros de peso pelo mundo. Beleléu é um exemplo de trabalho coletivo de sucesso e de qualidade. Não apenas publicar quadrinhos por quadrinhos, não se vê ali a velha ladainha de precisar dar relevância aos quadrinhos. Ela, por si só, se destaca. Chamará, possivelmente, a atenção de críticos de arte. O engajamento da Beleléu é no trabalho de desenhar e de escrever.

A gramática da revista, amparada em um jogo constante com a linguagem quadrinística, com muitas referências à literatura e à cultura ocidental, faz desse livro uma matéria universal.

Além de ser lindo, é claro.




Nenhum comentário: