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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

estávamos enganados.

Os sinais de trânsito não foram feitos para os carros pararem, foram feitos para controlar o tempo que as pessoas têm para andarem no espaço dos carros.

As ruas não foram feitas para transportar pessoas, foram feitas para os carros desfilarem. Se o "trânsito" fosse para facilitar o "transporte", não haveria tantos carros destituindo o trânsito. As pessoas atrapalham o caminho dos carros, que são os únicos que governam as ruas.

Se você perder seu carro, você pode conseguir ajuda instantânea da polícia e contar com sistemas informatizados e online de localização de carros. Se você perder uma pessoa, você pode rezar.

Marcas de carros nomeiam períodos históricos. Foram fábricas de carros que agilizaram o capitalismo. Foi o investimento em estradas para carros, não para transportes, que são usados como índices de crescimento econômico, não os investimentos em pessoas.

Não adianta. O carro é mais importante que você.

Um comentário:

Luciano Monteiro disse...

Não por acaso o Norbert Elias usa a auto-estrada como metáfora do processo civilizador. Ele mostra que esse processo coincide com a crescimento populacional das cidades e compara sociedades menos civilizadas com estradas de chão, onde só passam (de vez em quando) charretes, e as mais civilizadas com auto-estradas, com aquele trânsito constantemente frenético.
Nas sociedades contemporâneas mais civilizadas, onde tudo está no limite, a internalização do controle social é fundamemental e a pior coisa que um indivíduo pode fazer é desviar-se do modelo de conduta, perder seu auto-controle, provocando um puta engarrafamento.