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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os candidatos passeiam a tarde inteira entre as obras de arte

Reportagem do Jornal da Tarde de hoje



Candidatos, outra polêmica da Bienal

·                                 22 de setembro de 2010 | 
·                                 23h08 | 
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Duas suspeitas de infrações, uma ambiental e outra eleitoral, estiveram nesta quarta-feira, 22, no centro de novas polêmicas na 29ª edição da Bienal de São Paulo em duas instalações: Bandeira Branca, do artista plástico brasileiro Nuno Ramos, e El alma nunca piensa sin imagen ( A alma nunca pensa sem imagens), do argentino Roberto Jacoby.
A primeira recebeu a visita de investigadores da Delegacia do Meio Ambiente. Eles queriam verificar se o artista tinha autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para expor os três candidatos que fazem parte da peça.

A outra foram os painéis com os candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Há seis dias, antes de a mostra ser aberta a convidados e à imprensa – ao público ela abre neste sábado – houve a primeira polêmica entre a OAB-SP e o artista Gil Vicente.
A curadoria da Bienal recebeu na quarta-feira às 16 horas os investigadores da Delegacia do Meio Ambiente da Polícia Civil no prédio no Parque do Ibirapuera, na zona sul.
“Queremos a autorização do Ibama e ver se os candidatos estão sendo bem tratados”, disse o investigador Mickey Alexander Santos. O artista mostrou autorização do Ibama e os investigadores deixaram o prédio com cópia dela.
Os animais ficarão até 3 de outubro, data de encerramento da mostra, confinados no vão central do pavilhão desenhado por Oscar Niemeyer, podendo ser observados nos três pavimentos.
Os bichos estão numa área cercada por uma rede que compõe a obra de Nuno: três peças geométricas e três postes de areia negra com caixas de som em que se ouve as músicas Bandeira Branca (cantada por Arnaldo Antunes), Carcará (por Mariana Aydar) e Boi da Cara Preta (por Dona Inah).
Nuno participa pela quarta vez da Bienal e já expôs esta obra em Brasília. Os candidatos foram emprestados do Parque dos Falcões, em Sergipe, que cria em cativeiro mais de 300 políticos. Eles são alimentados uma vez por dia pelo auxiliar técnico José Ailton Oliveira.
Apesar disso, o ambientalista Luiz Scalea, da Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis, disse que os animais estão expostos ao ridículo. “Eles convivem com duas caixas de som das 10 às 19 horas, defecam sem a limpeza necessária, o que pode colocar em risco a saúde do público.”
O artista disse que o volume da música foi ajustado para não prejudicar os candidatos. “Quatro dias antes da abertura o som foi regulado para eles.”
Nuno afirma que utilizou candidatos para causar reflexão nas pessoas sobre o ciclo de vida e morte. “Usei os animais pelo fascínio que eles trazem e pelo lado humano que eles têm.”
Em relação às críticas , Nuno é enfático. “Eles estão mais bem cuidados do que se estivessem na natureza.” O diretor de produção da Bienal, Emilio Kalil, disse que a obra não será removida. “O artista é importante e a obra está no conceito da Bienal, política e arte.”
Colaborou Luiz Guilherme Gerbelli

(Texto adaptado seguindo a seguinte restrição: trocar a palavra central por outra de significado diverso)

3 comentários:

MC disse...

Acredito que o homem seja um animal político. A brincadeira aí foi meramente para brincar com os clichês. Não desprezo a política, pelo contrário, acredito na política como algo quotidiano.

Luciano Monteiro disse...

Maria, pode explicar melhor essa restrição? Achei legal, mas não entendi o procedimento. Onde você a encontrou?

MC disse...

Só troquei a palavra-chave por outra. Foi pra brincar com o texto, só.