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terça-feira, 17 de julho de 2007

Sobre árvores na calçada

As volkswagens trotam pelos buracos das ruas, desarrumando os enfeites das pessoas e os embrulhos de natal. Eu sento contra o volante, olhando a rua que fica, como se eu não a levasse comigo. Lá atrás, a casa com duas árvores na calçada. A única casa com árvores na calçada na rua, sem erro. Se subir o morro, talvez, lá onde a rua termina, depois desse morro, se encontre árvores na calçada. Mas não tem erro pra quem sobe estrangeiro, pelos paralelepípedos que primeiro aprendi a soletrar, talvez na segunda série, depois entendi que eram de verdade pa-ra-le-le-pí-pe-dos, tão proparoxítonos e vizinhos de mim, assim, sem que eu notasse, estiveram sempre comigo. Que mesmo em chão de terra ou agora, sobre o asfalto, ainda caminho sobre paralelepípedos e ainda espero que brotem árvores de calçadas.

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