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terça-feira, 23 de outubro de 2007

ensaio sobre fantasmas, cap. 1

R estava a poucos metros de L quando ela percebeu que seus cabelos se desprenderam do coque. rapidamente, R rearmou o penteado e deixou sem querer que L entrevisse suas axilas. foi o suficiente para que L se enamorasse. aproximou-se aos poucos de sua cadeira, esperando outra oportunidade para vislumbrar a dobra. os senhores podem achar estranho, mas L sabia o valor daquele vão, do cheiro feminil guardado ali, do esboço de uma trilha até os seios, do vazio de pêlos. L gostava dessa ausência. arrastou-se na conversa das meninas.

É.
Não, não.
Claro, também acho.
Também gosto de.
Você, eu não conheço.
R?
Sou primo da B.
L.
Não, não conheço N.
Ah.

inspirar aquele vinco.
Sim, calor.
morder.
R devia ter uns 19. Estudante, possivelmente em um estágio, algum trabalhinho informal, não sei, L não lembra. os olhos de cor agora indefinida se expandiam e se fechavam. beijar as axilas de R. do resto de R, L não lembra mais. mas o espaço a ser preenchido a língua e a saliva, voltava à noite nos dias que se seguiram. lamber o sovaco de R.
R não respondeu ao primeiro torpedo. nem ao segundo. L ligou, enfim.
engano.

Um comentário:

loucodamontanha disse...

Tô aguardando o 2º capítulo dessa fantástica história. Só sua mente mesmo pra pensar coisas tão absurdas.
Beijo,
L.