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sábado, 18 de abril de 2009

o discurso southparkiano e cá pra nós

Como muitos já comentaram por , por lá, por aqui etc. etc., o Lula fez uma pontinha no episódio de South Park do dia 15 de abril.
Nada demais, disseram. Foi um episódio mais simpsoniano que southparkiano - o pai e o menino, protagonistas, não são tanto o estilo tradicional dos quatro meninos que moram longe de Liverpool.
Mister Marsh ensina ao filho a arte da mentira. E é apoiado pelos líderes mundiais, convencendo-os, por exemplo, a se livrar da Finlândia que cedia os pontos na crise que se instaurara.
Obama não aparece, transferiram a função para o pai do Stan.
Que me perdoem os fãs dos Simpsons, que, aliás, eu também gosto, mas o South Park às vezes surpreende com uma sutilidade só sua para explicar a história (vide curta dos mesmos autores dentro do Tiros em Columbine), desenhando metáforas em camadas (sem contar que, ao contrário da piadinha "Os Simpsons fizeram primeiro", que sempre fazem com eles, eles tomaram a iniciativa de disponibilizar, online, TODOS os episódios que já foram ao ar, gratuitamente. Matt Groening demorou uns vinte anos pra isso).

No referido episódio, os chefes mundiais decidem guardar para si dinheiro espacial. Derivativos, dinheiro ao quadrado, especulações. Tudo aí. E quem quer estragar a brincadeira, some do mapa.

Há algum tempo, no especial Imaginationland, eles mostraram como a questão do terrorismo afeta o imaginário norte-americano. Tudo com a crueldade que já existe, dissecada por eles. E o medo de que Obama seja mais um como todos foi bem explorado no episódio pós discurso de inauguração. Seria Obama amigo de McCain? Alguns episódios depois, os meninos inventam super-heróis - os heróis sempre surgem em momentos de crise e depressão, como eles mesmos citam. As palavras repetidas nos jornais, tomam proporções assustadoras para os meninos, num mundo de Bob com sangue.


Voltando ao Lula. Nunca havia visto a República Federativa do Brasil representada tão simplesmente, sem adjetivos brincalhões. Nem referências a República Federativa do Brasil em um desenho animado que não envolvesse bananas. Era um líder entre os outros. E bem desenhado, reconhecível por qualquer brasileiro ou, até, norte-americanos. A gente estava merecendo, não? Afinal, a gente não deve mais nada a eles...

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