Coleguinha - em seus 40 a 50 anos - depõe na aula de filosofia: "Mas se um branco entra em uma comunidade, ele também se sente excluído". Claro. Branquim d'oim verdim vai pra cumunidadi e todos acham estranho.
Agora, 8% do Rio é Zona Sul e 8% do Rio determinam o genoma que vence na vida. O resto, que chacoalhe nos trens e nos ônibus.
Eu tinha ido de van, voltei de ônibus, para ouvir uma hora de debates hipócritas.
Meu desgosto só se dissolveu olhando a gente do Largo do Machado.
...
Tenho profunda convicção de que a raiz da violência urbana é o trânsito. Ficar confinado em uma caixa - um caminhão, diz um colega meu - com poluição sonora e pouco acesso a paisagens.
A poética urbana serve a desvelar os absurdos da ideologia.
A bicicleta é uma performance artística sobre duas rodas ensaiando contra o trânsito.
O mendigo é um artista urbano que choca quem se acha mais gente que o Outro.
O assalto é uma denúncia da anaturalidade das classes sociais.
O cocô na calçada do Leblon é um haikai.
Basta de intervenções poéticas encenando apenas o ego de coletivos intelectualóides.
Seguem aqui outras propostas:
#proposta de intervenção urbana - ficar zen, quando todos gritam com você. (já realizada)
#proposta de intervenção urbana 1: instalar bandeiras com os dizeres "praia imprópria para povo" de ipanema a leblon
#proposta de intervenção urbana 2: criar rolos de papel higiênico com jornalões e a veja. se possível, misturar com a marca snob
#proposta de intervenção urbana 3: colocar placas de "cuidado, cão feroz" em traseiras de ônibus.
#proposta de intervenção urbana 4: espalhar trechos de "o direito à preguiça" em lugares públicos.
Um comentário:
você conhece algum blog com cartoon francês? eu procurei nos links que você deixou no blog, mas eu encontrei mais desenhos, mesmo.
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