o ilógico desse filme me transporta para o mesmo tempo em que indy me acalentava. quando fábulas eram táteis. as velhas discussões conspiratórias dos arquivos-x também me lembraram do tempo em que eu ainda participava de movimentos estudantis e partidos políticos. havia só um inimigo na minha dourada infância. se eu não fosse arqueóloga, ia ser guerrilheira quando crescesse.
depois do velho jones, uma matinée do odeon no último domingo para voltar à realidade. o filme hiato me deixou feliz em saber que há ainda quem lute por si e com seus iguais.
o problema do filme é não mostrar como eles se organizaram. provavelmente houve apoio de partidos políticos e sindicatos na célebre visita dos sem-teto ao rio sul. o filme não diz quem. advinha-se por quem os acompanhou no debate que se seguiu. mas o discurso dos próprios agentes (atores sociais e personagens reais do filme) se mostrou muito firme e eloqüente sobre o palco do odeon.
a idéia de organização popular é um fantasma (sentido psicanalítico) que me acompanha desde o útero, mas a fragmentação da esquerda vem transformando tudo em guerrinhas inúteis. felizmente, na mesma sessão do odeon, conheci o grupo de discussão 3setor. o grupo é muito bem moderado, com muitas regras de boa convivência imprescindíveis para esses tempos de terrorismo spâmico. 130 emails ainda para ler desde então, mas não reclamo: há muita coisa interessante. e é um bom caminho para a discussão séria de nossa sociedade. utilizemos a internet a nosso favor. também estou na periferia da blogosfera há alguns dias. geeks do mundo inteiro, uni-vos em prol de uma causa, né?
assustei-me com o primeiro « related video » do iutube ao trailer de hiato. não assisti: trata-se de algo sobre certo figurão (prefiro não dizer o nome) que também aparece em primeiro lugar na lista de buscas do google para « filósofos brasileiros ». depois vem o miguel reale. será que a direita detém a hegemonia do pensamento no país? isso não merece uma guerrilha virtual para mudar esses resultados?
em suma, enquanto a revolução não vem, estudo e organização. ou ainda melhor, como escreviam os estudantes pelos muros de paris há quarenta anos atrás: “fodam-se uns aos outros antes que fodam vocês”.
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ótima reportagem no overmundo sobre o rodrigo linares, meu fótografo e artista plástico preferido, como já esbocei aqui.
update: seminário:
http://www.overmundo.com.br/agenda/2o-seminario-juventude-cultura-e-desenvolvimento
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