em visita a minha antiga rua, noto os sintomas do progresso já na esquina. outdoores com a propaganda irritante ("quer comprou" [sic]) + moças e rapazes com bandeirolas = anúncio do novo empreendimento imobiliário na rua X carros estacionados para visita do local.
mais acima, olhei o antigo prédio em frente à casa paterna. estão vendendo um apartamento.
subi só uma vez lá, quando seqüestraram a moça grávida e a gente rezava o terço pra pedir ajuda. a moça se salvou. vi a barriga e depois a criança que saiu de lá. não lembro mais da história. eu ainda sei rezar o terço, mas não rezo. rezo um credo e uma salve rainha para cozer ovo.
lembro das cores de tinta quando terminaram a obra, e agora esse é mais um prédio velho na rua. a moça voou dali. e acho que o apartamento vago é o mesmo onde ficava a irmã da narcisa quando candidata a prefeita da cidade.
o lixo transbordava das sacolas pretas. algumas já vazadas pelos cães, outras que deslizavam seu conteúdo líquido por defeitos de fabricação ou mal uso. porém o asfalto já cobre alguns trechos dos paralelepípedos. como grandes retângulos negros sobre as pedras. cobrirão, antes de outubro, toda a rua.
noto, enfim, as árvores e os cães que demarcam os muros de casa.
eis que só então me lembro que, para acompanhar as modernizações da rua, foi preciso instalar tranca e interfone no portão. mesmo que a família deteste atender aos trim-trins...
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