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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Beni, o anarquista

Não adianta. Ele não vai te obedecer. Não adianta chamar pelo nome, ele te ignora completamente, e corre para a terra, jogando areia para o alto, separando as pedrinhas para outro canto.

Beni tem três anos e só fala o que quer, com quem quer, uma língua lá dele. E desenha compulsivamente, a folha de papel, o chão, as paredes, suas pernas, suas mãos, seu rosto.

Na escola, já foram algumas vezes em que subiu em cima da mesa, colocou o pintinho pra fora e mijou, rindo, para delírio dos coleguinhas da creche, que sempre aplaudem, entusiasmados.

Quero ser que nem Beni quando crescer.

***

Voltei à Rua Silva Ramos, voltei de súbito, assim, do nada, voltei e o jardim amarelava de florzinhas e mangas-rosa caídas.

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